quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Ferrari 312 T2 (1976)




























Miniatura Ixo Models
Escala 1/43  

Dizem por aí as boas línguas que, sempre que eu vejo uma miniatura e, sem querer, meio que inconscientemente, exclamo para os anjos "Que graça!", é porque alguma coisa muito séria está acontecendo.

...Sim. E então eu fico como que encantado, e não me canso de olhar para ela, e quero desesperadamente tocá-la suavemente com a ponta dos dedos, e...

Bem, tudo começou, creio, em meados de 1986... Eu havia me casado recentemente, e estava com minha jovem namorada Bellenice num piquenique no Horto Florestal, em São Paulo. Comíamos pãezinhos Seven-Boys com geleia de morango, Coca-Cola, ouvíamos Beatles, corríamos atrás de borboletas, e coisas assim...

Até que, em dado momento, penetrando com o olhar absorto as profundezas frias de um bosque de eucaliptos, com minha Kodak a tira-colo, com a desculpa de estar à  caça de algum inseto... Eu teria proferido em voz demasiadamente alta essa enigmática exclamação: "Que graça!".

Em seguida, não me lembro de mais nada. Apenas um estalo forte e seco; um paf!

E eu caí desmaiado no gramado, entre as árvores e as pedras geladas daquele bosque escuro. 

Quando recobrei os sentidos, Bellenice, com o olhar sanguinolento, me chacoalhava em seus braços,  dizendo: "Repete de novo! Repete, se você for homem!"

E com a maior cara de pau eu perguntei:  "Mas o que houve!"

Una bela regazza. Era isso o que eu havia visto através daquele bosque colorido.

Foi esse o motivo de ter levado aquele poderoso tapa no pé da orelha.

Desde então...

...O piquenique terminou rapidamente, e fomos embora, embicados, em nosso Fusca prateado, que carinhosamente chamávamos de Merdalenta.

E eu nunca mais pude rever aquela 'bela regazza', mas não consegui deixar de exclamar dessa forma em alguns momentos.

Que graça!